UM TURBILHÃO DE PENSAMENTOS DESORGANIZADOS
Quantos
dias ruins são necessários para transformar o mais são dos mortais em um
lunático? Um? Dois? Bom, ainda não sei responder. Basta eu dizer que do
decorrer desses vinte e poucos anos de minha ínfima existência já tive inúmeros
dias ruins, dias que em vão tento esquecer, dias que pesarosa desejaria que se
apagasse para sempre, como areias sopradas ao vento que somem em poucos
instantes. Sim, eu já tive muitos dias péssimos, porém nada disso ainda afetou
minha sanidade (assim eu acho, risos).
Estou utilizando toda essa metáfora
criada pelo Joker apenas para resumir os sentimentos atuais de muita gente, um
misto de desespero e confusão que também serve de algum modo para mim. Não que
meus dias tenham sido extremamente ruins, pelo contrário. Muitas realizações
pessoais estão por vir, porém existe aquele pitaco desagradável que a
consciência nos dá como uma forma de nos deixar depressivos quando estamos
naquela fase boa, naquela fase em que parece que finalmente tudo dará certo.
O negócio parece ser então que nos
deixamos levar por muitas coisas fúteis e nos esquecemos do que realmente
importa. No meu caso: sou uma pessoa extremamente crítica, eu me avalio e me
cobro a todo o momento. Parece que errar é um pecado imperdoável, uma
transgressão das mais graves. Bobagem. Se eu continuar pensando assim, as
frustrações serão ainda piores e o medo de errar só atrapalhará minha
perseguição aos meus objectives and
dreams. Errar é um processo natural do ser humano e muitos dos nossos
acertos partem dos nossos errors. Agora,
como convencer aos outros se você mesma é uma cabeça-dura e teimosa, Isadora?
Como
responder isso?
Quem você acha que você é?
Apenas
uma coisa eu digo: você, caro(a) amigo(a) é EXATAMENTE AQUILO QUE VOCÊ ACHA QUE
É. Não o que os outros pensam a seu respeito. Portanto, se você se acha um
fracassado, você o é. Se você se sente um bestão, você é um tremendo bestão.
Tente pensar o melhor de você sempre. Acredite em si mesmo, que você é capaz de
realizar coisas grandiosas. Acorde todos os dias, olhe essa sua cara linda no
espelho, esse(a) deus(deusa) grego(a) que você é e diga “Hoje eu vou arrebentar! Será o melhor dia de trabalho da minha vida, o
melhor dia na escola, vou produzir muito, serei fodástico naquilo que eu faço”.
Perceba como as coisas melhoram. Eu já fiz isso e, acredite, deu certo.
Mas,
por que será que sempre acreditamos ser menos daquilo que realmente somos? Por
que temos as piores impressões à nosso respeito, como se fossemos seres
inferiores aos demais? Será devido às nossas experiências passadas?
Lembro-me
certa vez de estar consolando uma garota que passava por duros problemas. Nunca
fui uma boa psicóloga. Nunca soube dar conselhos (bons conselhos) a ninguém e, por
incrível que isso possa soar, articular palavras orais sempre representou uma
grande dificuldade para mim. Contei a ela sobre várias lembranças do meu
passado, coisas que nem gostaria de ter lembrado. Enfim, parece que minha
técnica resolveu, porém a surpresa chegou no momento em que ela virou-se para
mim e disse “Muito obrigada, mas acho que
tudo isso que você disse não pode ser verdade. Você é uma pessoa feliz, não
demonstra qualquer preocupação, parece estar sempre bem”. Ao ouvir essas
palavras, pensei por alguns segundos. Meu cérebro é algo complexo, sou capaz de
gerar milhares de pensamentos vários em milésimos de segundo. Cara, como eu
gostaria de falar que ela tinha razão! Que eu havia inventado tudo o que havia
dito à ela, minhas frustrações do passado, meus temores, minhas angústias.
Queria dizer a ela o quanto minha alma era diferente daquilo tudo.
Mas
eu não sou o que ela pensava de mim.
Geralmente
as pessoas não conhecem o seu verdadeiro eu. Sei que sou uma pessoa alegre e
que sorrio com freqüência. Mas será que sou exatamente isso o que aparento?
Na
verdade, nem eu sei mais quem eu sou.
O
importante é que nos descubramos a cada dia. A construção de nossa identidade é
um processo lento, um processo longo e que poderá ser mudado a qualquer
momento. Não é algo imutável. Ainda mais eu, uma metamorfose ambulante. A frase
do poeta resume muito de mim:
O
que eu nem sei quem sou
Se
hoje eu sou estrela, amanhã já se apagou
Se
hoje eu te odeio, amanhã lhe tenho amor
Acho que talvez sejamos também aquilo que pensam de nós! Talvez haja uma interpolação possível e ideal na equação da "opinião dos outros versus auto identidade". Pense: "Parecemos" ser diferentes do que somos ou "desejamos" parecê-lo? Ora, se dissimulamos nossa real condição, não pode ser a toa! Claro que todo mundo oculta um pouquinho de sí para os outros, até para manter o "pacto social", mas isso deve ter um "limite sadio" que é diferente para cada indivíduo. No meu caso, ultrapassei esse tipo de problema com auto conhecimento e me esforçando para demonstrar sempre tudo o que sou para todos, de modo que todos conheçam minha ternura, minha raiva, minha convicção, meu eu.
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