CRÔNICA DE UMA GEMINIANA EM CRISE

             O que fazer quando não se tem mais certeza de nada? Quando tudo aquilo que antes causava um imenso prazer torna-se tão trivial e monótono? Quando aqueles planos grandiosos para o futuro agora não possuem mais importância? Até porque quando olho para o meu presente vejo que as infinitas aspirações relacionadas à minha carreira não deram tão certo assim... vários dos meus objetivos ainda não foram alcançados. Talvez eu jamais os alcance. Pode me chamar de pessimista. Eu não ligo.
            No início do ano acreditei que seria capaz de mudar as coisas. Uma grande onda de boa sorte invadiu minha existência e eu me vi realizando o meu American Dream. As promessas foram grandes e as ambições maiores ainda. Agora, cumprir essas promessas, meu caro... torna-se outra história!
            Mas como tudo na vida tem um malfadado porém, logo após a boa estadia da Fortuna veio uma maré trazendo infindáveis azares e fracassos que acabou reduzindo-me a uma migalha de pão sobre a mesa, uma gotícula em meio ao oceano. Incertezas sobre o que a vida me reservava vieram e com elas as crises existenciais.
            Doença, insatisfações, incertezas, crises financeiras, decepções, tretas...
            Comprovei satisfatoriamente que o Coringa não estava errado quando disse em “A Piada Mortal” que “a única diferença entre um homem são e um lunático pode ser apenas um dia ruim”. No meu caso troque dia por mês que tá feito!
            No auge de minha insanidade a minha vontade era apenas uma: largar tudo e sair correndo. Abandonar tudo e desaparecer em outra galáxia...
            Então eu me lembrei que nem competência pra isso eu tinha. Porque eu continuava tão insignificante quanto um grão de areia no deserto. E que tantas ambições para o futuro de nada adiantariam, pois eu jamais poderia realizá-las.
            Qual o motivo de tantas promessas? Por que tantas tarefas pra realizar, tantas coisas pra estudar e aprender? A vida não seria mais fácil se nada disso existisse, se vivêssemos apenas um vácuo existencial e conformados em nossa própria ignorância?
            Viver na ignorância é a mais completa forma de felicidade...
            Mas e quando não se consegue?
            Aí você torna-se um espécime raro como eu...
            Aniway, as coisas melhoram! Os dias passam, suas obrigações crescem e você acaba se esquecendo daquelas bobagens que atolaram sua cabeça de merda naqueles períodos críticos. Sua vida volta ao normal e você volta àquelas tarefas banais do cotidiano (trabalho, estudos, maratona de séries, livros, etc), confere?
            Bom. Não é bem assim.
            E quando a vida não segue mais como antes? E quando pensar te deixa deprimido? E quando falta a motivação? O que fazer?
            Meu caro, tenho apenas um conselho pra você:
            Escreva!
            Vire poeta!
            Vire escritor!
            Deixe que esse período de torpor o torne o escritor/poeta do amanhã! Uma dica: nunca jogue fora seus manuscritos. Eles valerão uma fortuna em um futuro não muito distante! Quem sabe se você não será o escritor do próximo best-seller?
            Minha reação para tudo isso? Vou apenas seguir minha vida e fazer o que posso, na medida do possível. Se o destino passou-me uma rasteira, permanecer largada no chão da sala não me parece uma ideia plausível. A única solução é levantar e prosseguir, pois como disse o renomado poeta: “Mas se você achar que eu tô derrotado, saiba que ainda estão rolando os dados. Porque o tempo, o tempo não para”.
            E eu não paro. Sou hiperativa.
            Vamos escrever!

            

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